08 de maio de 2019

O segundo e último dia do XXIV Seminário de Educação da Medicina Veterinária (Senemev) foi totalmente dedicado ao debate de temas estritamente ligados ao dia a dia do ensino, como alternativa ao uso de animais no ensino de Medicina Veterinária, metodologias ativas de ensino-aprendizagem e Ensino a Distância (EaD). O encontro foi realizado nos dias 6 e 7 de maio, no Centro Universitário de Brasília (UniCeub), e reuniu cerca de 120 participantes.

Entre as novidades, o presidente da Comissão Nacional de Educação da Medicina Veterinária (CNEMV/CFMV), Rafael Gianella Mondadori, anunciou as novas diretrizes curriculares para os cursos de Medicina Veterinária. O Parecer 70/2019, aprovado no último dia 23 de janeiro, pelo Conselho Nacional de Educação (CNE), órgão consultivo ligado ao Ministério da Educação (MEC), trouxe uma série de novidades em relação à versão em vigor.

O documento aguarda homologação do MEC e, após sua publicação no Diário Oficial, as instituições de ensino superior (IES) têm dois anos para se adaptar. Entre os principais pontos estão a obrigatoriedade de infraestrutura com hospital ou clínica próprios para atendimento de animais de pequeno e grande porte, bem como estágio nos dois últimos semestres – metade na instituição, voltada às diferentes áreas de atuação; e a outra, externamente.

“Além de melhorar a formação, trabalhou-se para que os animais façam parte do cenário desde o início do curso”, assinalou Mondadori, que respondeu a inúmeras dúvidas dos participantes sobre a adequação dos projetos pedagógicos às novas diretrizes.

A seguir, apresentou-se o biosociologista e psicólogo André Luís Ribeiro Lacerda, da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT), sobre o perfil do egresso dos cursos de Medicina Veterinária. Destacou que, no país, há pouca informação sobre o tema e que a academia mantém-se distante do mercado, e que a maior parte dos profissionais atua com clínica e cirurgia de pequenos animais (25%) e inspeção de produtos de origem animal (18%).

A tarde foi reservada aos seguintes temas: Métodos Alternativos ao Uso de Animais no Ensino da Medicina Veterinária, com o professor Luciano Alonso, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ); Metodologias Ativas de Ensino-Aprendizagem, com a engenheira de alimentos Cinthia Bittencourt Spricigo (PUCPR); EaD na Área de Saúde, com Zilamar Fernandes, do Conselho Federal de Farmácia (CFF) e na Medicina Veterinária, por Adolfo Firmino da Silva Neto, da CNEMV/CFMV.

“Hoje, 47% dos estudantes de Medicina Veterinária estão na modalidade EaD. Em junho, já haverá mais vagas EaD do que presenciais”, alertou Silva Neto.

Renovação marcou o evento

Para Mondadori, chamou atenção a renovação e o engajamento dos participantes nas atividades propostas. “Há uma expectativa de que levem o aprendizado dos assuntos discutidos para que implementem em suas instituições e gradualmente modifiquem a situação da Medicina Veterinária no país”, assinalou.

Na abertura, o presidente do CFMV, Francisco Cavalcanti de Almeida, e o presidente da CNEMV, lançaram o edital do III Ciclo de Acreditação da Medicina Veterinária. As inscrições vão até o dia 4 de julho. “Temos que fazer uma política de melhoria do ensino, ao lado das faculdades, do MEC. O edital de acreditação é parte disso. Nossa bandeira é a melhoria do ensino da Medicina Veterinária”, afirmou Cavalcanti.

A programação do XXIV Senemev foi construída toda a partir de sugestões dos coordenadores de cursos e membros de comissões regionais de educação. Todo o primeiro dia foi dedicado a temas sobre saúde mental e o trabalho do médico-veterinário. No final da manhã, puderam participar do debate enviando perguntas e, na parte da tarde, externaram o conhecimento adquirido e suas impressões em oficinas. Um resumo da cobertura do evento está disponível no Instagram @cfmvoficial.

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