Em sintonia com as preocupações da Organização Mundial de Saúde  (OMS), que promoveu nos dias 18 a 24 de novembro,  a Semana Mundial de Conscientização sobre Antibióticos e com as ações do Ministério da Agricultura (Mapa) e  Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), foi realizada nos dias 20 a 22 de novembro de 2019 a II Conferência de Saúde Pública do Estado da Bahia.

Idealizada e executada pela Comissão Estadual de Saúde Pública (CESP),  do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado da Bahia (CRMV/BA),  e pela Sociedade de Medicina Veterinária da Bahia (SMVBA), a Conferência debateu  causas e modos de combate à resistência antimicrobiana.

Interdisciplinar, reuniu palestrantes de diversas áreas de saúde, como infectologia, dermatologia e imunologia da medicina humana, biologia e  profissionais da Medicina Veterinária que atuam na saúde pública. Autoridades do  estado e do município como o titular da Diretoria de Bem Estar, Proteção e Defesa dos Animais de Salvador (Dippa), Gustavo Moraes, estiveram presentes na solenidade de abertura.

Retenção de receita

Fiscal Federal Agropecuária do Mapa, a médica-veterinária Ester Aguiar foi a responsável pela abertura na noite do dia 20 de novembro com a Conferência Magna com o tema “Resistência antimicrobiana e a interface Humana-Animal-Ambiente (One Health)”.  Foram detalhadas as ações executadas pelo governo federal e anunciadas as atividades em andamento para estancar a resistência antimicrobiana (AMR)  no país.  Ester Aguiar relatou que em 2020 entrarão em vigor protocolos que vão atingir cadeias inteiras, como por exemplo, a suinocultura.

Outra ação a ser implementada é uma rede integrada, sob responsabilidade da Embrapa, para diminuir ou conter o aumento da AMR. Também está sendo montado um sistema com formulários nos quais as empresas deverão declarar quanto e quais antibióticos foram vendidos para a agropecuária.

Ainda em discussão, está a possibilidade de adoção de retenção de receitas de antibióticos, como já ocorre na venda desses medicamentos para os humanos.

Era pós-antibiótico

A programação cobriu alguns dos assuntos  mais atuais da saúde pública veterinária no estado  divididos em  seis blocos temáticos e 24 palestras.  Cada bloco  foi encerrado com uma mesa redonda possibilitando a participação do público.

Explicando sobre “Análise de resíduos em alimentos de origem animal”, a médica-veterinária  Daniela Benevides Melo do MAPA, detalhou os resultados encontrados durantes os exames laboratoriais explicando que esses resíduos podem ter origem intencional do produtor ou ser  do meio ambiente.

Verônica Rocha, médica no hospital Couto Maia, situado na capital baiana, referência no estado para tratamento de   doenças infecto-contagiosas,  trouxe dados alarmantes ao discorrer sobre “Epidemiologia e abordagem hospitalar das infecções por microrganismos resistentes”.  A médica afirmou que “todo antibiótico tem um tempo de vida e com o tempo, a bactéria cria resistência. Com isso, a indústria farmacêutica já lança antibiótico ‘perdido’ (….) temos de parar de falar que a era pós-antibiótico está próxima. Já estamos na era pós-antibiótico”, acredita Verônica.

Raiva, arboviroses, Nasf e desastres

Gúbio Soares Santos,  professor da Universidade Federal da Bahia, o primeiro cientista a detectar o Zika Vírus no Brasil,  falou das pesquisas mais recentes sobre as doenças causadas por insetos como mosquitos. Palestras sobre esporotricose, infectologia, raiva, leishmaniose, saúde ambiental e arboviroses foram ministradas durante os dois dias e meio da atividade, nos quais os palestrantes compartilharam a abrangência das enfermidades no estado.  Experiências positivas do médico-veterinário na Atenção Básica -atuando no Nasf- e avanços tecnológicos também foram apresentados ao público. Segundo o médico-veterinário Eduardo Oyama no próprio local onde a Conferência estava sendo realizada, existem pesquisas consolidadas para controle de vetores de arboviroses.

Falando da experiência pessoal, a médica-veterinária Ilka Gonçalves mostrou o que pode ser feito em situações de desastre, como ocorreu em julho deste ano na cidade de Coronel João Sá após o rompimento de uma barragem. Finalizando o ciclo de palestras, o conselheiro do CRMV/BA, Ten Cel José Roberto, expôs sobre  a atuação do médico-veterinário militar nas missões do Exército.

Avaliações

Aberta aos  profissionais e aos  estudantes, a Conferência foi uma atividade de atualização e de formação de conhecimentos.

Para os organizadores, o resultado foi positivo:

 

 

 

São membros da Comissão Estadual de Saúde Pública os médicos-veterinários:

 

Confira o álbum com as fotos do evento na página oficial do CRMV/BA no facebook.

As palestras podem ser acessadas aqui

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Em sintonia com as preocupações da Organização Mundial de Saúde  (OMS), que promoveu nos dias 18 a 24 de novembro,  a Semana Mundial de Conscientização sobre Antibióticos e com as ações do Ministério da Agricultura (Mapa) e  Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), foi realizada nos dias 20 a 22 de novembro de 2019 a II Conferência de Saúde Pública do Estado da Bahia.

Idealizada e executada pela Comissão Estadual de Saúde Pública (CESP),  do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado da Bahia (CRMV/BA),  e pela Sociedade de Medicina Veterinária da Bahia (SMVBA), a Conferência debateu  causas e modos de combate à resistência antimicrobiana.

Interdisciplinar, reuniu palestrantes de diversas áreas de saúde, como infectologia, dermatologia e imunologia da medicina humana, biologia e  profissionais da Medicina Veterinária que atuam na saúde pública. Autoridades do  estado e do município como o titular da Diretoria de Bem Estar, Proteção e Defesa dos Animais de Salvador (Dippa), Gustavo Moraes, estiveram presentes na solenidade de abertura.

Retenção de receita

Fiscal Federal Agropecuária do Mapa, a médica-veterinária Ester Aguiar foi a responsável pela abertura na noite do dia 20 de novembro com a Conferência Magna com o tema “Resistência antimicrobiana e a interface Humana-Animal-Ambiente (One Health)”.  Foram detalhadas as ações executadas pelo governo federal e anunciadas as atividades em andamento para estancar a resistência antimicrobiana (AMR)  no país.  Ester Aguiar relatou que em 2020 entrarão em vigor protocolos que vão atingir cadeias inteiras, como por exemplo, a suinocultura.

Outra ação a ser implementada é uma rede integrada, sob responsabilidade da Embrapa, para diminuir ou conter o aumento da AMR. Também está sendo montado um sistema com formulários nos quais as empresas deverão declarar quanto e quais antibióticos foram vendidos para a agropecuária.

Ainda em discussão, está a possibilidade de adoção de retenção de receitas de antibióticos, como já ocorre na venda desses medicamentos para os humanos.

Era pós-antibiótico

A programação cobriu alguns dos assuntos  mais atuais da saúde pública veterinária no estado  divididos em  seis blocos temáticos e 24 palestras.  Cada bloco  foi encerrado com uma mesa redonda possibilitando a participação do público.

Explicando sobre “Análise de resíduos em alimentos de origem animal”, a médica-veterinária  Daniela Benevides Melo do MAPA, detalhou os resultados encontrados durantes os exames laboratoriais explicando que esses resíduos podem ter origem intencional do produtor ou ser  do meio ambiente.

Verônica Rocha, médica no hospital Couto Maia, situado na capital baiana, referência no estado para tratamento de   doenças infecto-contagiosas,  trouxe dados alarmantes ao discorrer sobre “Epidemiologia e abordagem hospitalar das infecções por microrganismos resistentes”.  A médica afirmou que “todo antibiótico tem um tempo de vida e com o tempo, a bactéria cria resistência. Com isso, a indústria farmacêutica já lança antibiótico ‘perdido’ (….) temos de parar de falar que a era pós-antibiótico está próxima. Já estamos na era pós-antibiótico”, acredita Verônica.

Raiva, arboviroses, Nasf e desastres

Gúbio Soares Santos,  professor da Universidade Federal da Bahia, o primeiro cientista a detectar o Zika Vírus no Brasil,  falou das pesquisas mais recentes sobre as doenças causadas por insetos como mosquitos. Palestras sobre esporotricose, infectologia, raiva, leishmaniose, saúde ambiental e arboviroses foram ministradas durante os dois dias e meio da atividade, nos quais os palestrantes compartilharam a abrangência das enfermidades no estado.  Experiências positivas do médico-veterinário na Atenção Básica -atuando no Nasf- e avanços tecnológicos também foram apresentados ao público. Segundo o médico-veterinário Eduardo Oyama no próprio local onde a Conferência estava sendo realizada, existem pesquisas consolidadas para controle de vetores de arboviroses.

Falando da experiência pessoal, a médica-veterinária Ilka Gonçalves mostrou o que pode ser feito em situações de desastre, como ocorreu em julho deste ano na cidade de Coronel João Sá após o rompimento de uma barragem. Finalizando o ciclo de palestras, o conselheiro do CRMV/BA, Ten Cel José Roberto, expôs sobre  a atuação do médico-veterinário militar nas missões do Exército.

Avaliações

Aberta aos  profissionais e aos  estudantes, a Conferência foi uma atividade de atualização e de formação de conhecimentos.

Para os organizadores, o resultado foi positivo:

 

 

 

São membros da Comissão Estadual de Saúde Pública os médicos-veterinários:

 

Confira o álbum com as fotos do evento na página oficial do CRMV/BA no facebook.

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