As vacinas veterinárias indicadas para cães, aves e bois não devem, sob nenhuma hipótese, ser administradas em humanos
27 de março de 2020

Na última semana, viralizou nos aplicativos de mensagens e nas redes sociais um vídeo no qual um homem divulgava que vacinas usadas em cães poderiam impedir a infecção pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2).

O Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) alerta que as vacinas veterinárias indicadas para cães, aves e bois não devem, sob nenhuma hipótese, ser administradas em humanos. Reações graves e efeitos colaterais podem ocorrer e, em alguns episódios, levar à morte. A venda desse tipo de produto deve ser feita sob prescrição de um médico-veterinário.

A vacina canina divulgada é composta por agentes responsáveis pelas doenças nos animais, os quais são muito diferentes do coronavírus responsável pela Covid-19. É o que explica a diretora da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade de Brasília (UnB), Simone Perecmanis, coordenadora do Laboratório de Microbiologia Médica Veterinária da instituição.

“A vacina canina contra o coronavírus destina-se unicamente à prevenção da coronavirose canina, causada pelos tipos CCov I e CCov II. Existem vários tipos de coronavírus e este que afeta e provoca a coronavirose em cães nada tem a ver com o que causa a Covid-19. Essa vacina de cães não oferece nenhuma proteção contra o SARS-CoV-2 humano”, esclarece Simone.

De acordo com a médica-veterinária, a aplicação da vacina não surtirá efeito no combate à Covid-19, podendo provocar reações adversas. “Ainda não se conhecem os efeitos, e nem podemos mensurar os riscos da administração em seres humanos”, complementa.

Vídeos sobre o assunto foram temas de posts nas redes sociais do CFMV e, recentemente, o Ministério da Agricultura (MAPA) divulgou nota sobre o assunto

Assessoria de Comunicação do CFMV

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