06 de julho de 2020

Celebrado anualmente, em 6 de julho, o Dia Mundial das Zoonoses foi criado para enfatizar a discussão acerca do tema. A data faz referência ao dia em que o cientista francês Louis Pasteur aplicou com sucesso a primeira vacina antirrábica, em 1885.

Zoonoses são as enfermidades transmitidas naturalmente entre os animais e o homem, podendo ser causadas por vários agentes etiológicos. Dentre eles, destacamos protozoários, vírus, bactérias, fungos, helmintos e rickéttsias.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS/ONU), 60% das doenças infecciosas humanas e 75% das novas doenças que infectaram os seres humanos nas últimas décadas têm origem animal. É cada vez mais comum que doenças mudem de espécies e se espalhem na população, em meio ao crescimento das cadeias de agricultura e abastecimento alimentar.

A Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) determinou que a saúde humana e a saúde animal são interdependentes e vinculadas à saúde dos ecossistemas em que existem, no conceito chamado de Saúde Única (One Health).

Para o presidente da Comissão Nacional de Saúde Pública Veterinária (CNSPV), Nélio Batista de Morais, o enlace entre a saúde humana e animal já é conhecido há séculos, porém foi com o desenvolvimento da ciência e o entendimento como as doenças zoonóticas são transmitidas aos seres humanos que se reconheceu o papel do médico-veterinário como agente de saúde pública. Hoje, tornou-se parte fundamental das equipes multidisciplinares nos distintos níveis federativos, segundo ele.

“Assim, toda ação, atividade e estratégia de vigilância, prevenção e controle de zoonoses de relevância para a saúde pública, desenvolvidas e executadas pela área de vigilância de zoonoses, processo epidemiológico de instalação, transmissão e manutenção de zoonoses, requer a presença técnica da Medicina Veterinária, considerando a população exposta, a espécie animal envolvida, a área afetada, todas vinculadas ao foco da saúde única, integrando de forma definitiva meio ambiente, saúde animal e humana”, acrescenta o presidente da CNSPV.

Tudo isso mostra que a atuação do médico-veterinário está ligada também à saúde humana. O profissional está presente na inspeção de produtos de origem animal, na saúde do meio ambiente, a fim de evitar a proliferação de doenças como a leishmaniose, assim como no tratamento e prevenção de zoonoses. O médico-veterinário, pelo seu amplo e diversificado currículo, tem de forma singular a capacidade de compor equipes de saúde e nelas aplicar seus conhecimentos em relação a profilaxias, diagnóstico clínico e laboratorial, terapêuticas, epidemiologia, inspeção, vigilância, extensão, educação, prevenção e promoção à saúde.

Saiba mais:

Zoonoses e arboviroses: conheça mais sobre o tema

Seis fatos sobre o coronavírus e o meio ambiente (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente/Pnuma)

Assessoria de Comunicação do CFMV

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